4 de abr. de 2016

memória

Às vezes é uma frase, ou nem isso: é só o jeito de dizer. Certa música, um cheiro inesperado, coisas que acontecem e imediatamente me colocam em outro lugar, como se eu estivesse sentada na cabine de um trem que me leva em alta velocidade rumo aos meus sete, oito anos. Na primeira estação, uma menina acena da plataforma, sorri pra mim e no mesmo instante já está dentro do vagão, sentada ao meu lado, repetindo a frase ou trazendo de volta o perfume que agora viaja comigo. A viagem prossegue e ela se acomoda no meu colo; pouco a pouco adormece dentro de mim, ninada pelo sacolejo rápido do trem, sonhando num tempo que nunca envelhece.

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