11 de fev. de 2016

calma

Às vezes, ela entra pelos olhos, aproveitando o momento em que eles se fixam no céu para acompanhar um desfile de nuvens, ou então grudam num livro, encantados pelas palavras. Também acontece de ela penetrar pelo nariz e se esparramar, espaçosa, preenchendo todos os cantos com ar de férias -- um ar sem pressa, mais pleno de ar. Quando ela chega, o giro dos pensamentos entra em câmera lenta, o peito alarga e o coração espreguiça, batendo no compasso de uma felicidade quieta, que se anuncia sem disparos. Calma é assim: uma música silenciosa que muda o ritmo de tudo dentro da gente.

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