30 de mai. de 2015

trecho

--> de uma história que está começando:

(...) Aos poucos, as coisas foram clareando, para o bem e para o mal. Livre do tampão e com a ajuda das grossas lentes dos óculos que comecei a usar logo em seguida, finalmente comecei a enxergar. De repente, contornos firmes, cores fortes, todas as imagens nítidas e de novo eu: fora de foco, deslocada, sem conseguir me encaixar nas situações, nas conversas, nos lugares. A sensação de rejeição não era exatamente uma novidade, a diferença é que, agora, eu não tinha como não ver. Então me refugiava num outro mundo, o que descobri bem antes de meus olhos voltarem a ser quase paralelos, um canto só meu, cheio de visões e imaginação, a casa pra onde continuo indo sempre que fica difícil encarar as coisas como elas são.
Dentro dos meus desenhos, é lá que quero morar.

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